Sentada ela estava, com
suas pernas entrelaçadas e um All Star vermelho em seus pés, tão novo que me fazia ter vergonha do meu. As
ondas de seus cabelos me fascinavam, tão pretos e volumosos , impossível não
reparar. Já estava lá naquele vagão, lia um livro, mas logo parou de ler assim
que entrei. Seus olhos eram tão
penetrantes em mim que pareciam ler minha alma. Sentei-me no fundo, um lugar
apropriado para olha-la disfarçadamente.
“Disfarçadamente”, será
que ela já ouviu essa palavra? Creio que não. Sem saber o que fazer puxei o meu
exemplar de “Sonhos de uma noite de verão” e fingi ler com interesse, isso fez
com que me olhasse cada fez mais, forçava a visão tentando ver o livro,
acompanhava cada pagina virada me encarando. O que ela tanto via em mim? Eu que tinha
motivos para olha-la.
Talvez devesse entrar em
seu jogo, fechei o livro e a encarei. Tão fofa, envergonhada abaixou a cabeça e
sorriu. Tarde demais, levantou e saiu do vagão sem se ”despedir”. A porta ainda
estava aberta, sem pensar peguei minhas coisas e sai atrás dela. Parada na
frente da porta, procurava algo, ao se virar meu coração acelerou e só pude
dizer um “Oi” quase sem voz , sai correndo para as escadas sem olhar para trás.
O que eu fiz? Aquela nem
era minha estação. Eu deveria ter falado mais ou não ter falado nada, mas as
vezes pessoas passam por nossas vidas tão rapidamente e causam mais impacto do
que aquelas que vemos todos os dias...
Muito bom S2
ResponderExcluirMuito bom S2
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